segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Brigas entre casal podem até ajudar na relação


O nome "briga" automaticamente nos remete à idéia de desgaste na relação entre duas ou mais pessoas, sejam elas parentes, amigos, colegas de trabalho ou parceiros. Mas com bom senso e vontade, não precisa ser assim. Muito pelo contrário. As discussões podem até ser um bom sinal e contribuir para o amadurecimento da relação.

O fundamental para que as brigas desempenhem na relação uma função benéfica é "aprender a brigar". "É necessário aprender a falar, tarefa que não é fácil. Não adianta querer que o outro entenda a situação da forma como você entende; tem que demonstrar como você se sente", diz a psicóloga e terapeuta sexual Margareth dos Reis.

O motivo da briga não é um fator fundamental no exercício de transformar discussões inúteis e estressantes em experiências enriquecedoras. "O principal não é quem tem razão, mas como resolver os fatores que afastam um do outro", ensina. "Muitos casais não identificam os sinais de estresse e brigam sem chegar a conclusão alguma. Tem que identificar o que provoca desentendimento e aprender a abordar essas questões sem piorar ainda mais a situação."

Esse era o caso da estudante Luciana Aloucha, 24 anos, e seu ex-namorado. "A gente vivia discutindo pelos motivos mais fúteis do mundo, e com agressividade. Confesso que eu causava as brigas. Algo me irritava na personalidade dele, mas eu não via isso. Brigava por causa de besteirinhas que, geralmente, não seriam motivo de briga. Depois que terminamos entendi que, no fundo, no fundo, eu odiava a dependência dele em relação à mãe."

Dicas para uma "boa" briga

Sim, brigar é normal e até necessário. Tem a função de definir o papel de cada um na relação. Resolve problemas. Apara arestas. Falar dos problemas sem cobrança ou culpa, sem acusar, sem criticar.

"As crises são inevitáveis, as pessoas mudam durante o relacionamento. No início, tudo é pautado pelo encantamento, um só enxerga o bonito do outro. Quando passam a conviver, passam a conhecer de fato o outro", relata a psicóloga e terapeuta sexual Margareth dos Reis.

Ela sugere, abaixo, algumas posturas que fazem com que a briga seja uma aliada do casal e não um acelerador do rompimento:

1) em vez de gritar, tente manter um diálogo descontraído, fale o que espera do parceiro e ouça as necessidades dele;

2) não tente que o outro entenda o problema como você entende; em vez disso, demonstre como você se sente;

3) fale dos problemas sem cobrar, culpar, acusar ou criticar;

4) não fale "você não me liga", "você não me entende"; prefira "eu sinto falta de você", "eu gostaria que você ligasse" etc.;

5) fale como você gostaria que a situação se resolvesse, sem críticas. Isso permite que o casal avalie alternativas e, JUNTOS, tomem uma decisão de comum acordo;

Nenhum comentário:

Postar um comentário