quinta-feira, 1 de julho de 2010

Primeiro banco de DNA canino é lançado nos EUA

Cães da raça Pit Bull são as principais vítimas das rinhas

Os avanços da ciência têm promovido aos seres humanos uma infinidade de melhorias, principalmente, na área da engenharia genética e mapeamento de DNA. Agora, os protetores de animais e cientistas norte-americanos também querem que esses conhecimentos façam pelo melhor amigo do homem o que fazem, há algum tempo, nas cortes para proteger as vítimas de crimes. Os especialistas desenvolveram o primeiro sistema de dados de DNA de cães de rinha do país, que segundo eles, será mais uma ferramenta no combate aos maus tratos.

De acordo com o jornal The New York Times, o banco de dados é similar ao arquivo digital do FBI, e é chamado de Codis Canino ou Sistema de DNA Combinado. Cientistas afirmam que ao coletar células epiteliais da bochecha de cachorros, eles poderão determinar a procedência do animal e inúmeras características sanguíneas desconhecidas.

“As pessoas geralmente não vão a criadores comprar Pit Bulls para rinha. Esses cães são escolhidos por características genéticas estabelecidas”, afirma Tim Rickey, investigador sênior e responsável pela ASPCA (Sociedade Americana para Prevenção de Crueldade com Animais – em tradução livre), à publicação.

O banco de dados é um esforço conjunto da ASPCA, SPCA da Louisiana, Sociedade Humanitária do Missouri e pesquisadores do Laboratório de Veterinária Genética da Universidade da Califórnia. Ele foi desenvolvido em julho de 2009, durante uma investigação que resultou em 26 prisões e na apreensão de mais de 400 cachorros.

A investigação, que cobriu mais de sete estados, do Iowa ao Texas, resultou na maior operação contra rinha de cães da história dos Estados Unidos. “Analisamos o DNA para ver se poderíamos conectar as diferentes cenas dos crimes com os mais de 400 cães, e conseguimos”, afirmou a dra. Melinda Merck, veterinária forense da ASPCA.

Segundo a publicação, as autoridades afirmam que a atividade é geralmente ligada a outras práticas ilegais, como tráfico de drogas e apostas. A maior parte do dinheiro, vem da criação de animais desenvolvidos para a briga. Um campeão chega a custar mais de 50 mil dólares.

Um desses animais apreendidos na ação de julho passado é um Pit Bull marrom e branco chamado Reggie, que ainda carrega algumas cicatrizes no rosto. O cão amedronta-se ao som de gritos de uma plateia, o que sua tutora, Gale Frey, acredita que deve-se à associação do animal ao som dos espectadores de rinhas.

Entretanto, Gale diz que Reggie fez grandes progressos e está em treinamento para atuar como cão terapeuta em hospitais de Saint Louis, no Missouri. “Estamos progredindo. As rinhas estão no passado”, afirma a tutora, que dirige a Phoenix Pack, uma organização de resgate de cães sem fins lucrativos, sediada em Saint Louis.

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