quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A doença do mau humor


Ele era um servidor de Jesus um tanto imperfeito. Vivia de mau humor. Reclamava de tudo e de todos.

Com tal comportamento, natural que as antipatias se multiplicassem ao seu redor.

Por fim, era detestado pelos que lhe compartilhavam a vida, a tal ponto que alguns resolveram compor uma comissão e comparecer ante o superior da nobre instituição, pedindo providências.

O superior era o Papa, um homem devotado ao bem, portador de peregrinas virtudes.

Recebeu a comissão em audiência particular e lhe ouviu as reivindicações que incluíam um pedido de transferência para o colega sacerdote tão complicado.

Ninguém o desejava na equipe de trabalho, pois todos se sentiam mal com suas constantes reclamações.

Que ele fosse enviado a um local distante, para uma tarefa isolada. Afinal, diziam os integrantes da comissão, embora não o quisessem ao seu lado, também a ninguém desejavam tal castigo.

De forma surpreendente, quando concluíram o relato, o Papa lhes assegurou que iria resolver a questão.

Solicitou que o sacerdote fosse encaminhado aos seus próprios serviços. Ele o tomaria para seu secretário particular.

Quando lhe chegou o novo secretário, encarregou-o de uma tarefa especial.

Todos os dias, às sete horas da manhã, ele deveria despertá-lo e informar:

Santidade, são sete horas. O dia está lindo e o café está servido.

Na manhã seguinte, pontualmente, pois ele era fiel cumpridor dos seus deveres, compareceu à frente do Papa e informou, conforme lhe fora ordenado:

Santidade, são sete horas. O dia está lindo e o café está servido.

Eu sei, meu filho. Respondeu o papa, com bondade. Os anjinhos me contaram.

E assim foi no segundo dia, no terceiro e em todos os seguintes.

Ao final de algumas semanas, o mal humorado servidor já se cansara de ouvir a mesma resposta do Papa.

Mas, fiel ao seu dever, chegou pela manhã e disse:

Santidade, são sete horas. O dia está lindo e o café está servido.

A resposta foi a mesma.

Eu sei, meu filho. Os anjinhos me contaram.

Então, com todo o mau humor represado há dias, explodiu o secretário:

Que anjos mentirosos! Saiba sua Santidade que são nove horas, está chovendo torrencialmente e eu não preparei o café.

* * *

Isso se chama distimia, a doença do mau humor. Difícil de ser debelada, mesmo ao contato de pessoas pacientes e otimistas, que tudo fazem para mostrar a esse enfermo que nunca tudo é ruim.

Se nos descobrirmos nesse quadro, busquemos ajuda profissional e repensemos nossas atitudes.

Ajustemos as lentes da alma e descubramos quão extraordinário é o mundo em que nos movemos, pleno de cor, magia, encanto.

E vejamos que mesmo a lava destruidora do vulcão em erupção, enquanto engole, em sua passagem, o que encontra, ilumina em cores a paisagem.

Pensemos nisso!

Redação do Momento Espírita, com base na faixa
O Padre rebelde do Vaticano, do CD O perdão e o
autoperdão, v. 1, de Divaldo Pereira Franco, ed.
Centro Espírita Caminho da Redenção.
Em 14.09.2010.

Nenhum comentário:

Postar um comentário