quinta-feira, 16 de junho de 2011

Akhetaton ou Amarna

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Coordenadas: 27° 39' 42" N, 30° 54' 20" O

Mapa de Amarna

Amarna, El Amarna ou Tell el-Amarna é o nome atual em árabe de uma localidade que funcionou como capital do Antigo Egito durante o reinado do faraó Akhenaton (também conhecido como Amen-hotep IV ou Amenófis IV), sendo então designada como Akhetaton ("O Horizonte de Aton"). Está situada na margem oriental do rio Nilo na província egípcia de Al Minya, a cerca de 312 quilômetros a sul da cidade do Cairo.

História

Akhenaton, faraó da XVIII Dinastia egípcia, decidiu pouco tempo depois de subir ao trono, introduzir mudanças religiosas que faziam do deus Aton a única divindade digna de receber culto. Para alguns, ele teria sido o primeiro a professar o monoteísmo, embora alguns investigadores considerem que este culto a Aton seria mais uma forma de henoteísmo. Após instituir o culto à Aton como sendo o único culto permitido em todo seu reino, Akhenaton ordenou sistemática destruição aos templos dos demais deuses egípcios, em especial Amon, já que seus sacerdotes e preceptores eram seus maiores rivais, ao nível político e religioso.

O faraó decidiu fundar uma nova cidade que funcionasse como sede para o novo culto religioso, tendo escolhido uma região entre Mênfis e Tebas, duas importantes cidades do Antigo Egito. Akhenaton declarou que tinha sido o próprio deus Aton a informar-lhe o local onde deveria ser construída a nova cidade.

Sabe-se que a cidade abarcou uma extensão de catorze quilômetros ao longo da margem do Nilo com treze quilómetros de largura. A cidade estava limitada por várias estrelas (catorze) que simbolicamente limitavam o espaço da cidade sagrada.

Com a morte de Akhenaton, a cidade deixou de ser capital, sendo essa novamente Tebas.

Estrutura da cidade

Tumba de Tell el-Amarna

Amarna estava dividida em vários sectores que estavam ligados por uma avenida paralela ao rio, designada nos textos como "Caminho Real". Era neste caminho que Akhenaton e Nefertiti passeavam no carro perante os seus súbditos, acompanhos pela comitiva real.

O bairro norte

Esta área estava estrutura em torno de um palácio cercado por uma muralha que servia como residência do soberano, o Palácio da Margem Norte.

O bairro central

Grande Templo de Aton

O Grande Templo de Aton, orientado no sentido leste-oeste, estava cercado por uma muralha de 760 mx290 m. Ao contrário de outros templos egípcios não era coberto por um telhado devido à própria natureza do deus Aton, que não habitava numa estátua situada numa sala escura do templo, mas que se manifestava através dos raios solares. A entrada principal era formada por dois pilones que conduziam a um edifício chamado Per Hai. Seguiam-se seis pátios ao ar livre, cada um com dimensões inferiores ao precedente, que formavam o Gem Aten, o lugar onde Aton morava. Este edifício tinha 365 altares quadrangulares construídos em pedra que serviam para se realizarem a oferendas a Aton, estando o número relacionado com o número de dias do calendário egípcio.

Cronologia das investigações

1714 – Claude Sicard, um jesuita francês, é o primeiro a descrever uma estela fronteiriça de Amarna.
1798 – O grupo de "sábios" da expedição de Napoleão ao Egipto elabora o primeiro mapa de Amarna, mais tarde publicado na Description de l'Égypte entre 1821 e 1830.
1824 – Sir John Gardiner Wilkinson explora e cartografa as ruínas da cidade.
1833 – O copista Robert Hay e G. Laver visitam a localidade e descobrem vários dos túmulos da região sul, gravando os baixos-relevos. As cópias dos baixos-revelos permaneceram durante muito tempo British Library sem serem por publicadas.
1843 e 1845– A expedição da Prússia liderada por Karl Richard Lepsius faz o registo dos monumentos e da topografia de Amarna em duas visitas distintas num período total de doze dias. Os resultados são em publicados entre 1849 e 1913 na obra Denkmäler aus Ægypten und Æthiopien.
1887 – Uma mulher de Amarna descobre acidentalmente cerca de 400 tabuinhas de barro com inscrições cuneiforme. Estas tabuinhas são hoje denominadas de "Cartas de Amarna" e eram correspondência diplomática do tempo de Akhenaton.
1891–1892– Sir Flinders Petrie trabalha durante uma época em Amarna, num trabalho independente em relação ao Fundo de Exploração Egípcia. Petrie realizou escavações na região central da cidade, tendo investigado o Grande Templo de Aton, o Grande Palácio, a Casa do Rei, o Arquivo de Registos e casas privadas.
1903–1908 – Norman de Garis Davies publica desenhos e fotografias dos túmulos privados e das estelas fronteiriças.
1907–1914 – Liderada por Ludwig Borchardt, a Deutsche Orientgesellschaft (Sociedade Oriental Alemã) escava as regiões norte e sul da cidade. É descoberto o famoso busto de Nefertiti, agora em Berlim, entre outros objectos que pertenciam ao atelier do escultor Tutmés. O começo da Primeira Guerra Mundial em agosto 1914 põe fim às escavações alemãs.
1921–1936 – A Sociedade Egípcia de Exploração realiza escavações em Amarna sob a direcção de T.E. Peet, Sir Leonard Woolley, Henri Frankfort e John Pendlebury. As novas investigações centram-se nos edifícios reais e religiosos.
1960s – A Organização Egípcia das Antiguidades realiza um conjunto de escavações em Amarna.
1977 – presente – A Sociedade Egípcia das Antiguidades regressa às escavações em Amarna, agora sob a direcção de Barry Kemp.
1980 – Uma segunda exploração de duração mais curta liderada por Geoffrey Martin descreve e copia os baixos-relevos do túmulo real, tendo as descobertas sido publicadas com objectos que se julga serem oriundos do túmulo.

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